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A Dignidade do Ancião e a Sua Missão na Igreja e no Mundo
Jairo Fedel - Coordenador da PPI da Arquidiocese de São Paulo
Artigo publicado no Jornal O São Paulo
A nossa Santa Igreja, em sua infinita Sabedoria e inspirada pelo Espírito Santo, lançou através do Conselho Pontifício Para os Leigos, um documento intitulado”A Dignidade do Ancião e a Sua Missão na Igreja e no Mundo”. Trata-se de uma pequena, mas profunda análise da situação da pessoa idosa, feita em 1998, portanto a 12 anos atrás, mas continua atual com seu tema.
A Igreja desde sempre se preocupou com a situação da pessoa idosa, mormente nestes últimos anos, em que tem exortado, não apenas seus filhos católicos, mas também a comunidade internacional, para que executem obras que não sejam apenas de benevolência e puro assistencialismo. Mas também tem conclamado as pessoas idosas a serem ativas e agirem em favor próprio. Prova disso é que o nosso saudoso Papa João Paulo II, num pronunciamento dirigido a cerca de 8 mil anciãos recebidos em audiência em 23 de março de 1984 disse: “Não vos deixeis surpreender pela tentação da solidão interior. Apesar da complexidade dos vossos problemas...do enfraquecimento progressivo das vossas forças, dos atrasos da legislação oficial, das incompreensões de uma sociedade egoísta, vós não estais nem vos deveis sentir à margem da vida da Igreja, como elementos passivos de um mundo em movimento excessivo, mas sujeitos ativos de um período humana e espiritualmente fecundo da existência humana. Tende ainda uma missão a cumprir e um contributo a dar” (grifo nosso) (Ensinamentos VII,1(1984),p.744).
Logo na sua Introdução, o documento já nos chama a atenção para uma expressão muito utilizada hoje em dia: “terceira idade” (que no caso do Brasil já atinge aproximadamente 11% da população brasileira), o que abrange pessoas acima dos 60 anos, mas na verdade os demógrafos já estão dividindo esta camada da sociedade em dois grupos: “Young old” (jovens anciãos, cuja idade vai dos 60 aos 75 anos) e os “oldest old” (anciãos mais velhos com mais de 75 anos). Isto tudo é muito salutar e positivo, mas precisamos ficar atentos e descobrimos quais são as reais necessidades dos nossos anciãos e anciãs, pois com o avanço da idade média da população, os problemas de ordem social, econômica, cultural, psicológica e espiritual, vão surgindo gradativamente, e quando nos damos conta já passou o tempo de tomarmos atitudes que amenizem e até eliminem estes problemas.
Com estas sábias palavras peço que cada pessoa idosa que nos lê assuma seu papel de cristão batizado, e continue contribuindo com a nossa Igreja, para o seu próprio bem estar, conhecendo seus direitos civis como pessoa idosa, e como filho de Deus.
E você que ainda não é ancião nem anciã, incentive a pessoa idosa a pôr suas experiências e conhecimentos a serviço da nossa Igreja.
Jairo Fedel