Setembro é considerado o Mês Mundial da Doença de Alzheimer. O lema escolhido pela ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer) neste ano foi “Alzheimer: eu não esqueço”. Para cuidar, precisamos reconhecer, enfrentar e aceitar a doença e, para tanto, desmistificá-la, lembrando não apenas que ela existe, mas que as pessoas que convivem com ela precisam de ajuda, apoio e orientação.

A ABRAz apoia a ADI Alzheimer's Disease International no desafio de sensibilizar a população e reduzir o estigma que cerca a doença e afasta as pessoas da identificação de sintomas e do enfrentamento do problema. Recentemente, a ADI divulgou relatório intitulado: “O Impacto global da demência: uma análise da prevalência, incidência, custos e tendências” (integra no link: http://www.alz.co.uk/research/world-report-2015) .

 

A ABRAz – Associação Brasileira de Alzheimer tem como prioridade divulgar a Doença de Alzheimer e contribuir para o constante investimento no tratamento de pacientes e apoio aos familiares-cuidadores. Anualmente promove ações em todo o país, ao longo do mês de setembro, com especial destaque para o dia 21, Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença de Alzheimer.

Apresentamos abaixo, os comentários sobre este Relatório, preparados pela Diretoria Científica da ABRAz:

Introdução

Os estudos e as estatísticas relativas às demências, e, principalmente, à doença de Alzheimer, têm aumentado substancialmente nos últimos anos. Através deles podemos conhecer a atual situação, e nos prepararmos para um futuro não tão distante quanto muitos imaginam, quando os transtornos crescerem substancialmente.

Há quase 900 milhões de pessoas com mais de 60 anos vivendo no mundo inteiro. O aumento da esperança de vida contribui para o rápido aumento desse número e está associado a um aumento da prevalência de doenças crônicas como as demências. Como mencionado em relatório anterior da ADI, há mais de 100 formas de demência, porém a doença de Alzheimer, a demência vascular, a demência frontotemporal e a demência com corpúsculos de Levy são os tipos mais comuns. Pessoas acima de 60 anos de idade estão mais suscetíveis à demência, porém ela pode afetar pessoas mais jovens também. Nos estágios mais tardios, as pessoas com demência ficam impossibilitadas de realizar tarefas cotidianas e necessitam de cada vez mais apoio.

Prevalência global de demência

A ADI estima haver 46,8 milhões de pessoas no mundo vivendo com demência em 2015. Este número quase irá dobrar a cada 20 anos, chegando a 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050. Essas novas estimativas são de 12 a 13% mais elevadas do que as feitas anteriormente em relatório da ADI em 2009.

Incidência global de demência

A cada 3,2 segundos surge um caso novo de demência no mundo. Estimativa esta maior do que a imaginada em 2010. Em relatório anterior já havia sido mencionado que esse aumento será mais expressivo em países de baixa e média renda, sendo responsável por mais de dois terços dos casos até 2050. Atualmente, 58% de todas as pessoas com demência vivem nestes países. A incidência de demência aumenta exponencialmente com o aumento da idade, sendo duplicada a cada 6,3 anos com o avançar da idade.

Os custos da demência no mundo

Por pessoa, os custos são divididos em três subcategorias: custos médicos diretos; custos com cuidados sociais diretos (profissionais cuidadores, instituições de longa permanência); e custos de cuidados indiretos. O custo global das demências aumentou de 604 bilhões de dólares em 2010 para 818 bilhões de dólares em 2015, ou seja, houve um aumento de 35,4%.

Tendências na prevalência e incidência

Quase todas as projeções atuais de epidemia de demência assumem que a prevalência de demência não irá variar ao longo do tempo, e que o envelhecimento da população isoladamente impulsiona o aumento projetado. Deve-se chamar a atenção para o Brasil, que como todo o restante da América Latina, seguirá esta tendência e terá os seus custos aumentados de maneira realmente significativa, principalmente em fases mais avançadas.

Fonte: ABRAz