Voluntários promovem assistência e proteção para idosos em Maceió

Todos os dias dezenas de voluntários vinculados a Pastoral da Pessoa Idosa (PPI) promovem, nos bairros de Maceió, atividades de assistência e proteção a pessoas idosas. O trabalho dos grupos ligados consiste no acompanhamento domiciliar dos idosos e no mapeamento de nove indicadores sociais e de saúde que podem auxiliar nas políticas públicas. Segundo a coordenadora da PPI Maceió, Rosemeire Dias, que abrange grupos em 22 paróquias, incluindo as dos municípios de Flexeiras, Joaquim Gomes e Ibateguara, o trabalho dos voluntários acontecem de forma 'silenciosa', alcançando idosos e seus familiares que em alguns casos acabam sendo esquecidos e negligenciados.

“Nosso trabalho consiste em visitas domiciliares levando conforto emocional aos idosos e familiares, como também informações sobre os direitos que as pessoas acima de 60 anos possuem. A exemplo dos direitos à saúde, a aposentadoria entre outros. Porém, o que mais percebemos é que entre os idosos a maior carência é a emocional. Muitos sentem faltam da presença dos familiares, dos amigos, de uma visita e até mesmo de atenção, que se resume a uma conversa”, conta Rosemeire.

Coordenadora do grupo da PPI da Igreja Nossa Senhora das Dores, localizada no Jacintinho, Margarida Gomes Ferreira, diz que o trabalho dos voluntários que tende a inibir as violações e os maus-tratos contra os idosos vai além porque também serve como convite para retirar as pessoas da solidão.

“Todo o trabalho voluntário exige alma. Dedicação que é gratificante por uma vida inteira. Este trabalho de solidariedade que fazemos com os idosos e suas famílias também nos conforta porque um dia todo mundo vai envelhecer e, quando esse dia chegar, ninguém quer ficar na solidão”, completa.

Um convite para fugir da solidão
Uma das idosas que recebe a atenção do Pastoral da Pessoa Idosa (PPI) do Jacintinho é Nilza Jordão, 81, que vive com um filho deficiente e uma cuidadora porque os filhos e netos moram e trabalham distante de Maceió.

“Eu entendo as obrigações dos meus filhos e netos, mas me sinto só. Não passo necessidade porque eles me ajudam financeiramente. Porém, sinto falta da presença deles e o que mais me maltrata é a solidão. Por isso fico feliz quando recebo a visita da Margarida porque ela é uma amiga que me escuta, ou simplesmente passa aqui para saber como eu e o meu filho que deficiente está. Como não saio mais de casa com tanta frequência e essas visitas são momentos de alegria”, relata Nilza.

Os nove indicadores observados pelos voluntários da PPI servem de orientação, estímulo e incentivo às pessoas idosas. Através deles, os agentes visitam todos os meses as pessoas idosas cadastradas e orientam sobre a importância de movimentar-se, desenvolver alguma atividade física, ingerir líquidos, prevenir as quedas, tomar as vacinas

Como também identificam necessidades nas pessoas idosas para encaminhar aos serviços públicos. Os interessados em participar da Pastoral da Pessoa Idosa podem entrar em contato com a coordenadora em Maceió pelo telefone 9.8823-8063.

Dia Internacional da Pessoa Idosa
O 1º de outubro é o Dia Internacional da Pessoa Idosa e segundo a Secretaria de Direitos Humanos do governo federal, o Brasil já contabiliza mais de 810 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Em Alagoas, mais de 10% da população é idosa.

De acordo com o conselheiro Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Crismédio Neto, a maioria dos idosos não estão preparados para o envelhecimento. "Uma pessoa que envelhece na capital é diferente de uma que envelhece no interior. Uma pessoa que envelhece saudável e outra doente. Tudo isso precisa ser levado em conta", afirma.

Ainda segundo o conselheiro, apesar dos vários direitos garantidos por lei, é preciso ainda que haja uma cobrança por parte da sociedade. "Temos 102 municípios e apenas 24 possuem Conselho da Pessoa Idosa. É preciso que haja uma união para que os idosos não sofram pressão psicológica, maus-tratos, que não sejam abandonados. É necessário acabar com a cultura do descarte, envelheceu joga fora", reforça Crismédio Neto.

Fonte: G1 Alagoas