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Velhice saudável é velhice ativa e cheia de fé e otimismo!

Dom Edvaldo G. Amaral, SDB - Arcebispo emérito de Maceió.

Livro famoso de Dom Hélder Câmara, o profeta da paz do nosso tempo, trazia o título com que inicio este artigo. E quero dirigir-me aos velhos como eu, e aos mais velhos ainda, com duas sugestões específicas. Começo, lembrando que seja qual for a idade que a pessoa tenha, sempre acha que não vai morrer agora. Ora, a morte é a única e absoluta certeza que se tem na vida. E não depende nem da idade, nem da saúde. Morrem os moços e morrem atletas recordistas. Li certa vez numa revista a jocosa história de um jovem motoqueiro que, vendo uma velhinha podando a grama de seu jardim, numa íngreme ribanceira, advertiu-a do perigo que esse trabalho representava para ela. Ao que, a velhinha retrucou: "Moço, volte para casa e vá verificar quantos jovens morrem, andando por aí de motocicleta. E compare quantas velhas morrem, podando a grama de seu jardim..."

O importante para o cristão é aceitar com a força da fé a realidade inelutável da morte. Pedir ao Senhor da vida todos os dias, que nos faça enfrentar com intrepidez e coragem o fim de nossos dias, com a passagem pelo túnel da morte e o trânsito desta vida para a eternidade. Dom Bosco fazia seus filhos celebrar todos os meses o piedoso "Exercício da Boa Morte", prática religiosa que os fazia sempre prontos para enfrentar o fim da vida.

moser_g0807 Colhendo Flores

entre

Espinhos 

Ciência e atitudes

pessoais garantindo

um envelhecimento

com qualidade

 

Livro de Frei Antônio Morser e Ana Maria Moser

Entrevista de Frei Antônio Moser para Moacir Beggo - site dos franciscanos

Como se pode ver em todos os 25 livros publicados por Frei Antônio Moser, nem sempre a Teologia Moral, sua especialização, é o tema principal. Frei Moser não foge de nenhum tema, desde os mais simples aos mais polêmicos. Com o seu 26º livro, que acaba de lançar – "Colhendo Flores entre Espinhos – Ciência e atitudes pessoais garantindo um envelhecimento com qualidade", ele põe o dedo na ferida e lembra que não se deve ter "compaixão" das pessoas envelhecidas, mas, sim, olhá-las como pessoas que chegaram ao topo da montanha, de onde têm todo um horizonte descortinado.
Frei Moser falou ao Site Franciscanos sobre a nova publicação e o tema que a cada ano ganha mais atualidade num país que está com 21 milhões de pessoas acima dos 60 anos (segundo dados do IBGE).
Frei Moser, que se doutourou em Teologia, com especialização em Moral, na Academia Alfonsianum - Roma, além de diretor da Vozes, é professor de Teologia Moral e Bioética no Instituto Teológico Franciscano (ITF), em Petrópolis (RJ); é membro do Conselho Administrativo da Diocese de Petrópolis; pároco da Igreja de Santa Clara de Petrópolis; é membro da Comissão de Bioética da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil); coordenador do Comitê de Pesquisa em Ética da Universidade Católica de Petrópolis (UCP); coordenador do Projeto Educacional e Social Terra Santa, além de conferencista no Brasil e no exterior. Está de malas prontas para a Itália, onde vai falar para mais de 600 moralistas. Tem livros traduzidos para outras línguas (Teologia Moral impasses e alternativas; O enigma da esfinge, a sexualidade; Biotecnologia e Bioética: para onde vamos?; Ecologia: desafios éticos) e possui um programa semanal na Canção Nova, há 5 anos, tratando dos problemas que se encontram "em pauta".
Nesta entrevista, além de falar sobre o livro e o tema da terceira idade, Frei Moser aborda temas polêmicos e atuais. Acompanhe!

 Site Franciscanos - Diretor-presidente da Vozes, professor do ITF, pároco de Santa Clara, membro da Comissão de Bioética da CNBB, coordenador do Comitê de Pesquisa em Ética da UCP, conferencista, coordenador do projeto social Terra Santa e agora divulgando o novo livro. Ufa! Como o Sr. consegue conciliar tantas e todas essas atividades?

Frei Antônio Moser –Diria que é muito simples. Descobri que o sacerdote, o teólogo, o empresário não devem fazer nada sozinhos. Devem contar com pessoas certas para os lugares certos. Ou seja, você administra pessoas e não uma máquina. Por exemplo, construí uma paróquia e formei 16 comunidades de fé, sendo que algumas igrejas comportam de 300 a 400 pessoas. Então, como se faz? Montei esta paróquia e apareço lá uma vez ou outra durante a semana, além dos domingos, naturalmente. O padre bom é aquele que dá uma diretriz e deixa o povo trabalhar. Você deve ser uma espécie de ícone, referência, mas não é quem vai fazer tudo. Por exemplo, na Editora Vozes – cito ela porque trabalhamos lá - conseguimos montar uma equipe que funciona com ou sem a presença minha e do Frei Volney Berkenbrock. E muito bem. Agora, no Centro Educacional Terra Santa, o Sr. Reinaldo Cruz, e mais uma equipe administrativa me ajudaram a elaborar todo o projeto e agora vão tocando com ou sem a minha presença. No que se refere aos sócios, todos confrades, iremos fazer umas duas reuniões anuais. O segredo é não querer fazer tudo sozinho, mas encaminhar.

Site Franciscanos – Sobra tempo para escrever?

Frei Antônio Moser - Ora, vivemos o dia inteiro em meio a livros e textos. Com a prática, basta ver os títulos e um pouco dos capítulos. Com relação ao editorial, nos reunimos a cada quinze dias, discutimos e determinamos o que vai ou não ser publicado. Isso dá um lastro enorme. Para escrever um pequeno artigo para a Internet, basta sentar e em alguns minutos está tudo pronto. Para este livro (Colhendo flores entre espinhos) levei quatro meses para a elaboração, mas gastei muito tempo na gestação.

CONVERSANDO SOBRE ENVELHECIMENTO COM O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DO IDOSO (CNDI), DR. JOSÉ LUIZ TELLES  

DR. TELLES: UMA VOZ QUE MERECE SER OUVIDA

  Algumas informações sobre o nosso entrevistado:

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Dr. Telles é médico, pesquisador titular da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), professor universitário da Universidade Católica de Brasília (UCB) e presidente do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso (CNDI) na gestão 2008-2010. Tem contribuído para a formulação de políticas públicas sobre idosos, no Ministério da Saúde. Colaborado para a produção do conhecimento sobre o envelhecimento na FIOCRUZ na conceituada universidadeUCB FIOCRUZ, entre outras instituições de ensino. Participa do Conselho Nacional de Direitos do Idoso (CNDI) faz alguns anos, mesmo antes dele ser nomeado Presidente do CNDI. Portanto, dr. Telles é uma voz que merece ser ouvida, pois tem muito a partilhar conosco.

PPI - Conte-nos um pouco sobre a sua história. O senhor é carioca, não é isso mesmo? Quais as lembranças que marcaram a sua infância, a sua adolescência? Conviveu com idosos em sua família?

DR. TELLES - Nasci na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1959. Não nasci sozinho, tenho um irmão gêmeo. As lembranças de infância estão fora do Rio de Janeiro. Passava minhas férias escolares na cidade de Cruzeiro-SP na casa de meus avós maternos. Foi minha avó quem me alfabetizou em casa e foi com eles que aprendi muito sobre a convivência com pessoas idosas.

 
PPI – Fale um pouco sobre a sua experiência como presidente do CNDI: ganhos e dificuldades encontradas nesta caminhada.
DR. TELLES - Primeiro há que se ter muito claro que o CNDI tem história muito recente. A gestão a qual estou presidente é a quarta e creio que nessa trajetória muito se avançou. É um desafio enorme o CNDI pautar os Ministérios e fazer com que as deliberações das Conferências Nacionais (realizamos duas – 2006 e 2009) sejam referência para as políticas setoriais. O que considero extremamente positivo nessa gestão foi o fato de estabelecermos um planejamento estratégico que, com certeza, deverá ser referência para a próxima gestão. Além disso, normatizamos a utilização dos recursos do Fundo Nacional do Idoso (Lei n° 12.213 de 20 de janeiro de 2010) e estabelecemos os critérios e as normas para a realização da 3ª Conferência Nacional da Pessoa Idosa que deverá ser realizada no segundo semestre de 2011. Enfim, estar a frente de um grupo de conselheiros compromissados e atuantes muito me honrou nesse período.